Dr. Guenael Freire  

“São situações muitas vezes dramáticas. A gestante me procura por causa de uma infecção diagnosticada no pré-natal. Muitas vezes chega abalada psicologicamente. Felizmente uma parte dos casos não se trata de infecção real, mas resultados falso positivos ou infecções prévias com resultados persistente positivos. Outras vezes, são tratáveis como a sífilis e toxoplasmose. Cada caso é um caso. É preciso muita delicadeza neste momento.”

“O paciente pode chegar até a mim com sintomas decorrentes da queda da imunidade, do medo de adoecimento ou mesmo receio do preconceito por amigos e familiares.
O meu trabalho consiste em tranquilizar o paciente e tratar de infecções. Neste momento, começamos com os medicamentos que vão restabelecer a imunidade.
Os preconceitos e ideias pré concebidas vão sendo trabalhadas ao longo do acompanhamento. Gosto de citar exemplos de outros pacientes que superaram o desafio e hoje estão vivendo super bem.”

“A Hepatite B é uma inflamação do fígado, lenta, silenciosa, que descobrimos somente com exames. Se não tratar, há a possibilidade de complicar com cirrose ou câncer de fígado no futuro. Mas o tratamento é bem tranquilo, mas continuo (sem prazo para acabar).

Por outro lado, a Hepatite C tem tratamento curativo em 8 a 12 semanas, com medicamentos fornecidos pelo SUS, mesmo para pacientes particulares.”

“Esta é outra condição com grande impacto psicológico, porque afeta muito a qualidade de vida e novos relacionamentos. Meu papel aqui é tranquilizar, buscar uma causa da recorrência e oferecer tratamentos preventivos em etapas. Explico ainda que não existe uma cura milagrosa, infelizmente. Mas é possível conviver com a condição tendo pouca ou nenhuma lesão e melhor qualidade de vida.”

“A forma tegumentar, ou seja, a leishmaniose que afeta a pele, é a mais comum. O primeiro desafio é fazer o diagnóstico correto, o que demanda biópsia da lesão. Depois, escolhemos entre as alternativas de tratamento, com grandes chances de cura. É uma das doenças que mais tenho experiência.”

“Outra doença que já tratei demais, seja pela elevada incidência seja pela necessidade de se diferenciar da leishmaniose tegumentar. Na maioria das vezes, os pacientes que me procuram foram arranhados ou mordido por gatos, cuidados por eles. Quase sempre o gato tinha alguma lesão também, o que me ajuda bastante do diagnóstico. O tratamento geralmente é tranquilo.”